De com o jornal Expansão, no início de 2018, o programa espacial nacional de Angola enfrentou uma crise significativa.
Em 4 de janeiro, Zolana João, diretor do GGPEN, e o ministro das Telecomunicações, Carvalho da Rocha, informaram o Presidente que o satélite Angosat-1 não respondia, gerando preocupações sobre sua possível perda.
O lançamento, meses antes, havia sido um evento festivo, acompanhado por celebrações e cobertura midiática, mas a realidade logo se mostraria sombria.
Após tentativas frustradas de restabelecer a telemetria, em abril, as autoridades anunciaram oficialmente que o Angosat-1 havia “morrido” devido a uma falha crítica na fonte de alimentação, que desencadeou falhas em cascata nos sistemas do satélite.
Zolana João recorda que, diante da gravidade da situação, pediu demissão, temendo a repercussão política. No entanto, o ministro recusou a saída e o enviou à Rússia para negociar com os desenvolvedores do satélite, com a esperança de ativar um seguro.
As negociações resultaram na construção do Angosat-2, com um terço mais de capacidade, focado em serviços de dados. Os russos também financiarão a manutenção do Centro de Operações da Funda e a formação de 15 engenheiros angolanos na França, sem custos para Angola.
Com a confirmação oficial da perda do Angosat-1, o governo anunciou o Angosat-2, que levaria quatro anos para ser finalizado. Enquanto parte da equipe do GGPEN acompanhava a construção, muitos engenheiros buscaram formação adicional em outros países, para reduzir a dependência dos russos.
Em outubro de 2018, o GGPEN lançou um programa de observação da Terra para treinar técnicos na extração de informações de imagens de satélites. Em parceria com a Thales Aliena Space, o projeto já mostra resultados, como o monitoramento de derrames de petróleo na costa angolana.