Lagos, 26 de outubro de 2025 – A maior refinaria da África, localizada na Nigéria, vai duplicar sua capacidade de produção para 1,4 milhões de barris de petróleo por dia nos próximos três anos, anunciou neste domingo o bilionário Aliko Dangote, proprietário do complexo.
A expansão colocará o empreendimento como a maior refinaria do mundo, superando o complexo indiano de Jamnagar, pertencente ao grupo Reliance Industries.
“Vamos mais do que duplicar a capacidade de produção de barris, de 650 mil para 1,4 milhão por dia”, declarou Dangote em entrevista coletiva em Lagos, citado pela agência AFP.
Segundo o empresário, a ampliação inclui investimentos em novas unidades de destilação, sistemas de craqueamento e infraestrutura logística para exportação.
A Refinaria Dangote, inaugurada em 2024 após quase uma década de obras e um investimento estimado em US$ 20 bilhões, já é considerada um divisor de águas para o setor energético africano. Antes de sua entrada em operação, a Nigéria — maior produtor de petróleo bruto do continente, com cerca de 1,5 milhão de barris diários — dependia fortemente da importação de combustíveis refinados, especialmente gasolina e diesel.
“Esta expansão reflete a nossa confiança no futuro da Nigéria, a nossa crença no potencial de África e o nosso compromisso em construir a independência energética do nosso continente”, afirmou Dangote, atualmente o homem mais rico da África, segundo a revista Forbes, com fortuna estimada em US$ 17 bilhões.
Impacto econômico e energético
Com a ampliação, a refinaria deve reduzir drasticamente as importações de derivados e gerar excedentes para exportação, fortalecendo as reservas de divisas do país.
Especialistas estimam que a Nigéria poderá economizar até US$ 25 bilhões anuais em importações de combustíveis e gerar milhares de empregos diretos e indiretos.
O projeto também deve impulsionar o setor petroquímico local, ampliando a produção de plásticos, fertilizantes e outros derivados.
Segundo o governo nigeriano, a iniciativa é fundamental para diversificar a economia e reduzir a dependência das exportações de petróleo cru, que ainda representam cerca de 80% das receitas de exportação do país.
A expansão está prevista para ser concluída até 2028, consolidando o papel da Nigéria como hub energético da África Ocidental e fortalecendo a visão de Dangote de transformar o continente em exportador líquido de energia.
Sabendoomais/Lusa
