Venâncio Mondlane Acusa Forças de Segurança de Assassinatos e Convoca Greve Nacional
O candidato presidencial da oposição, Venâncio Mondlane, do Partido Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS), participou de uma vigília em memória de seu conselheiro e advogado, Elvino Dias, e de Paulo Guambe, ambos assassinados recentemente.
Durante a cerimônia, Mondlane acusou as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique de serem responsáveis pelos crimes e afirmou ter provas que sustentam suas alegações. "Este sangue tem de ser vingado", disse ele, deixando flores no local do crime.
"Mais do que matar o homem, matam-se os valores", acrescentou.
Mondlane também criticou figuras históricas da Frelimo, como Graça Machel, Armando Guebuza e Joaquim Chissano, chamando-os de "cúmplices de um regime que se tornou assassino do seu próprio povo".
Mondlane também criticou figuras históricas da Frelimo, como Graça Machel, Armando Guebuza e Joaquim Chissano, chamando-os de "cúmplices de um regime que se tornou assassino do seu próprio povo".
Ele enfatizou que o "sangue destes jovens está nas vossas mãos", pedindo responsabilização.
Em meio a esse clima de tensão, Mondlane reafirmou a greve nacional convocada para a próxima segunda-feira, 21 de outubro, pedindo ao povo que não tenha medo. "Não há trabalho, não há circulação. Vamo-nos manifestar livremente", afirmou.
A manifestação pacífica começará às 10 horas da manhã, no local do assassinato, e seguirá pela cidade de Maputo.
Os assassinatos de Dias e Guambe ocorreram na madrugada de sábado, quando o carro em que viajavam foi alvejado. A polícia afirmou estar investigando o caso.
A morte dos dois teve ampla repercussão, gerando condenações tanto no país quanto internacionalmente.
Partidos como a RENAMO e o PODEMOS expressaram suas repulsa, e a União Europeia pediu uma investigação transparente. Várias nações, incluindo os EUA, Canadá, Noruega, Suíça, Reino Unido e Portugal, uniram-se às vozes de condenação.
Adriano Nuvunga, diretor do Centro para Democracia e Direitos de Moçambique, solicitou um comunicado do Presidente da República à nação, enquanto a comunidade se reunia no local do crime, entoando a frase "o povo unido jamais será vencido".
Moçambique tem enfrentado uma série de assassinatos durante períodos eleitorais, incluindo o assassinato de um observador em 2019 e de um jornalista no ano passado.
In Voa