O grupo rebelde M23 afirmou não ter recebido convite para participar das negociações de paz com a República Democrática do Congo (RDC), previstas para começar nesta sexta-feira (8), em Doha, no Catar.
A informação foi divulgada pelo líder do movimento, Bertrand Bisimwa, em entrevista a jornalistas na quinta-feira, 7 de agosto.
As negociações, mediadas pelo governo dos Estados Unidos durante a administração do então presidente Donald Trump, buscam promover uma paz sustentável na região e atrair bilhões de dólares em investimentos ocidentais para uma área rica em minerais estratégicos como tântalo, ouro, cobalto, cobre e lítio.
Ruanda, que nega repetidamente qualquer apoio ao M23, afirma que suas forças atuam em legítima defesa contra o exército congolês e milícias hutus ligadas ao genocídio de 1994. A tensão regional tem raízes profundas e continua a afetar a estabilidade do leste da RDC.
Paralelamente, sob um esforço de mediação organizado pelo Catar, a RDC e o M23 assinaram uma declaração de princípios em 19 de julho, na qual se comprometeram a iniciar negociações de paz até 8 de agosto, com o objetivo de alcançar um acordo definitivo até 18 de agosto.
No entanto, o atraso no início das negociações coloca em risco essa promessa ambiciosa de acabar com os combates na região, que resultaram na morte de milhares de pessoas e no deslocamento de centenas de milhares ao longo deste ano.
As tensões permanecem elevadas, e a comunidade internacional observa atentamente o desenrolar desse processo que pode determinar o futuro da estabilidade na região dos Grandes Lagos.
In CK