Isabel dos Santos, filha do antigo presidente angolano, José Eduardo dos Santos, empresária actualmente sob mandado de captura internacional, em declarações à CNN Portugal, alega estar a ser alvo de perseguição política e diz-se convencida de que, ainda assim, terá no futuro um papel em termos políticos no seu país.
Isabel dos Santos, no passado tida como a maior fortuna detida por uma mulher em África pela revista norte-americana Forbes, tendo sob a sua alçada empresas como a Unitel ou a Sonangol, está agora em parte incerta, sob a alçada de um mandado de captura internacional.
Este facto foi confirmado esta semana pelo Procurador geral da república Hélder Pitta Gróz.
A filha de José Eduardo dos Santos, presidente que governou Angola de 1979 até 2017, reiterou as acusações ao canal televisivo CNN Portugal de que estava a ser perseguida politicamente.
Isabel dos Santos afirmou que Hélder Pitta Gróz recebia instruções do poder político e do actual presidente, João Lourenço, que sucedeu ao seu pai na chefia do Estado angolano.
Numa entrevista conduzida por Nuno Santos de quase 40 minutas a antiga PCA (Presidente do Conselho de administração) da petrolífera angolana Sonangol expôs a sua versão dos factos quanto às acusações que pesam contra ela, sobre a sua gestão dessa empresa e das demais que têve sob a sua responsabilidade.
A empresária, sobre a sua relação com Portugal, alega ter tido apenas relações enquanto empresária com interesses económicos e não com o poder político.
Sobre a investigação de um consórcio internacional, conhecido como "Luanda Leaks" que beliscou a sua imagem ela afirmou que essa era "uma história muito mal contada" e que teria sido uma construção vinda do presidente angolano.
A empresária, de nacionalidade russa por lá ter nascido de mãe russa, admite ter um carinho especial pela Rússia, mas admite interessar-se pelo futuro político de Angola afirmando não ter dúvida que, de uma forma ou de outra, iria "contribuir para o futuro político" do seu país.
Fonte RFI
Veja também: Angola em luto Morreu o general angolano " Abreu Muhengo Kamorteiro" que assinou acordos de paz em 2002