Angola enfrenta Crise Alimentar: Insegurança Alimentar Aumenta em 2024
Um relatório recentemente divulgado revelou uma situação alarmante em Angola, onde mais de um milhão e trezentas mil pessoas, cerca de 4% da população, enfrentaram níveis elevados de insegurança alimentar aguda no ano de 2023. E as perspectivas para 2024 não são melhores, com um aumento projetado para até 1,5 milhões de pessoas, aproximadamente 5% da população, enfrentando insegurança alimentar aguda.
O Relatório Mundial sobre a Crise Alimentar, elaborado por uma rede de 16 agências, incluindo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o Programa Alimentar Mundial (PAM) das Nações Unidas e a União Europeia, destaca uma série de fatores que contribuem para essa crise em crescimento.
Condições meteorológicas adversas, como secas prolongadas, têm afetado severamente a produção agrícola, a principal fonte de alimentos para muitas famílias rurais em Angola. As províncias do Cunene, Huíla e Namibe foram especialmente afetadas, classificadas em Crise em 2023 devido à escassez de alimentos.
Além disso, mudanças climáticas extremas, como as chuvas fortes registradas em Luanda em dezembro, perturbaram ainda mais o abastecimento de alimentos, tanto na capital quanto nas áreas rurais.
O relatório também aponta questões econômicas, como a desvalorização do kwanza e a eliminação dos subsídios aos combustíveis, como impulsionadores do aumento dos preços dos alimentos ao longo de 2023. Prevê-se que novos cortes nos subsídios aos combustíveis agravem ainda mais a situação, inflacionando os preços dos alimentos.
Essa crise alimentar não apenas afeta a disponibilidade de alimentos, mas também expõe as comunidades a condições precárias de água, saneamento e higiene devido à escassez de água resultante da seca.
A insegurança alimentar aguda resultou em uma ingestão alimentar inadequada e deficiente, especialmente durante a estação magra, contribuindo para altos níveis de subnutrição.
Enfrentar esses desafios exigirá medidas urgentes e coordenadas, incluindo intervenções para fortalecer a segurança alimentar, aumentar a resiliência das comunidades às mudanças climáticas e garantir o acesso a alimentos e recursos básicos, como água potável.
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