
Moscovo, 10 mai 2025 (Lusa) – A presidência russa acusou hoje a Europa de manter uma “atitude de confronto” face à Rússia, evitando, no entanto, responder diretamente ao ultimato lançado pelos aliados da Ucrânia para que Moscovo aceite um cessar-fogo total de 30 dias.
“Estamos a ouvir declarações contraditórias da Europa. Centram-se no confronto, em vez de tentativas de tentar, de alguma forma, reavivar as nossas relações”, afirmou Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, em declarações aos jornalistas.
A crítica surge na sequência de um apelo formal feito pela Ucrânia e pelos seus principais aliados europeus, que exigiram um cessar-fogo completo e incondicional em todos os territórios — em terra, no ar e no mar — a partir de segunda-feira, por um período mínimo de 30 dias.
A proposta foi anunciada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Andrii Sybiha, através das redes sociais, considerando a trégua um passo potencial em direção a negociações de paz.
A iniciativa foi acordada durante uma reunião de alto nível realizada em Kiev, que contou com a presença do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, do Presidente francês, Emmanuel Macron, dos primeiros-ministros britânico e polaco, Keir Starmer e Donald Tusk, e do novo chanceler alemão, Friedrich Merz. Após o encontro, os líderes mantiveram uma conversa telefónica com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Macron e Merz advertiram que, caso Moscovo rejeite a proposta de cessar-fogo, a Rússia poderá enfrentar um “aumento drástico das sanções económicas”, sublinhando que os aliados europeus estão a agir em estreita coordenação com Washington.
Até ao momento, o Kremlin não se pronunciou oficialmente sobre a proposta de trégua. A situação permanece tensa, num contexto de guerra prolongada e de pressão diplomática crescente sobre Moscovo.
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