
Estudantes estrangeiros que saíram da Ucrânia devido à invasão do país e que, desde então, permaneceram legalmente em Portugal sob o regime de proteção temporária estão a ser notificados pelas autoridades portuguesas para deixar o país dentro de 20 dias.
De acordo com informações da Radio France Internationale, pelo menos 45 estudantes de Medicina estão entre os afetados por esta decisão, correndo o risco de serem expulsos. Além dos estudantes de Medicina, também há casos de estudantes em outras áreas do Ensino Superior que enfrentam a mesma situação.
A notificação partiu da Agência para a Imigração, Migrações e Asilo (AIMA), que informou que os estudantes estão a ser obrigados a deixar Portugal após a revogação do seu estatuto de proteção temporária.
Entre os afetados estão vários estudantes nigerianos que estavam na Ucrânia a estudar Medicina e que agora se veem em uma situação de incerteza.
Karen Amina, estudante do sexto e último ano do curso de Medicina no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, expressou a sua incredulidade perante a situação:
"Quando conseguimos a proteção temporária, as regras não eram essas. Mudaram as regras e estão a aplicá-las retroativamente, o que fere o princípio de segurança jurídica.
Começámos a aprender português quando chegámos aqui, há três anos, e agora já falamos fluentemente. Já estamos integrados, temos laços com a cultura e com as pessoas.
O que mais queremos é terminar os nossos estudos, trabalhar aqui, viver aqui e continuar a nossa vida. Só isso", afirmou Karen.
Os estudantes questionam a decisão da AIMA, argumentando que, na Ucrânia, tinham autorização de residência permanente e acreditam que a revogação do estatuto de proteção temporária é um erro.
IN CK
