Histórico imaculado de Cristiano Ronaldo antes do jogo com a Irlanda, no qual foi expulso, terá motivado "decisão sem precedentes" por parte do Comité Disciplinar da FIFA. Amizade com Trump não influenciou decisão, garante Kaveh Solhekol.

A decisão da FIFA em aplicar uma pena suspensa a Cristiano Ronaldo, permitindo ao craque português estar disponível para os primeiros dois jogos do Mundial2026 continua a dar que falar.
De Inglaterra chega, no entanto, uma explicação para o facto de a FIFA ter tomado uma decisão contrária à que habitualmente toma aquando casos de "conduta violenta", ação que poderia ser enquadrada no lance que motivou a expulsão de Ronaldo frente à Irlanda.
Segundo Kaveh Solhekol, jornalista da Sky Sports, o histórico disciplinar de Cristiano Ronaldo deverá ter pesado numa "decisão sem precedentes" por parte do Comité Disciplinar da FIFA e que contou com a aprovação do presidente Mohamed Al-Kamali.
"A decisão foi tomada pelo Comité Disciplinar da FIFA. É um órgão independente da FIFA. Eu sei que a maioria dos adeptos olham para isto e dizem:
'Vá lá. Há uma regra para Cristiano Ronaldo e uma regra para todos os outros'", começou por dizer Kaveh Solhekol, antes de revelar alguns detalhes sobre a tomada de decisão da FIFA.
"Não deveria jogar os primeiros dois jogos do Campeonato do Mundo porque recebeu um cartão vermelho por conduta violenta. É um castigo de três jogos.
Já falhou o jogo contra a Arménia e não deveria jogar os primeiros dois jogos, mas o Comité Disciplinar de FIFA reuniu-se com um senhor do Emirados Árabes Unidos, Mohamed Al-Kamali, e eles chegaram a esta decisão sem precedentes de que dois desses [três] jogos seriam de pena suspensa", apontou o jornalista inglês.
Amizade com Trump não interferiu
Com o Mundial2026 a realizar-se nos Estados Unidos da América, Canadá e México, muitos foram aqueles que depressa apontaram a amizade com Donald Trump, que recentemente visitou na Casa Branca, como um dos motivos pelos quais o Comité Disciplinar da FIFA decidiu perdoar Ronaldo. No entanto, Kaveh Solhekol afirmou "não existirem evidências" de qualquer tipo de interferência externa.
"Significa isto que se Cristiano Ronaldo se comportar até ao início do Mundial, ele poderá jogar. Mas por que eles chegaram a esta decisão? Eu sei que há teorias da conspiração e que os adeptos vão dizer que eles fizeram isso porque é o Ronaldo.
O Mundial é o maior espetáculo do mundo e eles [FIFA] querem que o Ronaldo esteja a jogar, mas penso que não há nenhuma evidência de tenha sido feita pressão junto do Comité Disciplinar", explicou, antes de abordar a relação com Trump.
"Conheço o estatuto de Cristiano Ronaldo, sei que ele tem uma amizade crescente com o Presidente Trump neste momento, mas não há nenhuma evidência de pressão colocada no Comité. O Comité é independente e tomou esta decisão", vincou o jornalista inglês.
FIFA vai estar atenta
A pena suspensa tem um período válido de um ano, o que significa que qualquer deslize de Cristiano Ronaldo até ao arranque do Mundial pode sair-lhe caro. A FIFA vai estar especialmente atenta e agir em conformidade mesmo nos jogos de cariz particular.
"Acho que uma das razões pelas quais chegaram a essa decisão é porque Ronaldo tem um recorde quando se trata de jogos por Portugal. Nunca viu um cartão vermelho nestas 226 internacionalizações [antes do jogo com a Irlanda].
Mas ele tem de ter cuidado, porque mesmo em jogos amigáveis. Se vir um cartão vermelho - creio que Portugal vai jogar nos EUA, em Atlanta, em março, - então será suspenso para o arranque do Mundial", concluiu Kaveh Solhekol.
